.precisamos falar sobre nossas vulnerabilidades.

há alguns anos, conversando com uma menina de aproximadamente uns cinco anos que lia um texto, tive que explicar o que era vulnerabilidade. não consegui muito bem, porque não fazia analogias boas o suficiente para que ela compreendesse a palavra. lembro que depois de algumas tentativas, cheguei num ponto que envolvia o Superman e a kryptonita. ela entendeu e se comoveu com o que estava lendo... 
por mais estranho que pareça, foi um daqueles momentos fofos que a gente presencia na vida. 

toda essa história foi só pra dizer existe uma recorrência em sofrer sem dizer nada sobre. ocultamos aqueles pontos fracos que percebemos em nós mesmos por medo de desentendimento, por medo de ser considerada vitimista, por medo de incompreensão... enfim, uma série de medos, dos quais eu resolvi me livrar hoje. e passei por cima de cada um deles, porque é sofrimento demais pra ficar comprimido dentro de um peito só. porque eu percebi que muita gente vive isso ao mesmo tempo, cada uma no desconforto da sua tristeza, sozinha... e então, só por hoje e a partir de hoje, decidi que a gente precisa quebrar esse tabu e falar das nossas fragilidades, daquilo que nos faz mal, que nos incomoda. precisamos falar daquilo que machuca muito e que ninguém por ai consegue saber, porque a gente coloca um sorriso no rosto e sai como se nada tivesse acontecido. 

por fim, precisamos falar da dificuldade que é (r)existir todos os dias, porque a gente passa a vida por um fio, correndo o risco de, mais hora, menos hora, acabar desmoronando por ai. 


Foto: BBC - obra da artista Imhathai Suwatthanasilp

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Por Bárbara Gonçalves, ou "Barbarella".

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